TEM SIDO RECORRENTE

sonhos feitos de encontros. Grandes grupos de gente, reuniões, cumprimentos, conversas. Pessoas que não vejo faz tempo, gente que vejo na rua mas fico com vergonha de cumprimentar porque muito tempo atrás eu não respondi um email por vergonha igualmente ou por medo de não ter papo.
Pessoas da televisão, semi-stars ou atrizes de novela.

Os lugares são bem amplos, há cadeira para todo mundo nos jantares dos sonhos.

Um dos sonhos desta noite foi o contato com um grupo de kung fu que realizava aulas num cemitério em Pinheiros. O cemitério todo lindinho, colorido, mármore e azulejo, vasos de flores.

O grupo de kung fu praticando em meio aos enterros.

Fui conhecer os praticantes dessa modalidade única de luta marcial. Me lembrei da Uma Thurman.

Isso porque, é óbvio, ela protagoniza Kill Bill.
Isso porque vimos faz umas semanas um curta estrelado por Selton Mello e Seu Jorge, Tarantino’s mind, dedicado às inúmeras correspondências entre os filmes de Tarantino. Coisa ou outra vai-se misturando, algumas referências eles forçaram, mas é simpático. O que o filme relevou a mim mesma é que Mia e a Beatrix Kiddo se comunicam por meio dos pés.

Não que isso seja algo que eu faça, mas fui influenciada pela cena em que Mia vira os pés, e isso é algo que eu faço com certa frequência.

Procurando a cena dos pés, e não achando, me deparei com uma série de filmes editados em cinco segundos, dos quais Kill Bill é um dos melhores.

Comi cachorro quente de soja hoje à noite, depois de ver Sinédoque, Nova Iorque.
Salsicha é sempre ruim, mesmo de soja.

ANTES DE REALMENTE

começar a sonhar, me deu uma vontade enorme de comer cachorro quente. Já deveria ser um sonho: eu ainda não teria pegado no sono, e me veio cachorro quente à cabeça. Nunca fui hiper fã de cachorro quente, estranho ter esse desejo, justo agora que não como mais carne.

Aí pensei naqueles carros que param na rua vendendo cachorro quente. Catchup e mostarda.
Talvez porque eu de tarde comi hamburguer de soja, e pensei que o da Sadia combina mais com pão branco, e não com pão integral. E que não é necessário nenhum tempero com esse hamburguer, tão forte ele é nos condimentos. Aquela coisa: “é de soja mas é gostosinho”.

Aí pensei que poderia comprar no mercado salsicha de soja. Ou melhor: que a banquinha de tapioca da ECA teria cachorro quente prensado de soja.

Teve vários sonhos depois disso, uma filha de professora que não existe, mais uma criança para eu dar aula.

O que me restou foi esse cachorro quente. E não a vontade de comer cachorro quente: essa acho que passou.

ANTES DISSO

vi uma cena histórica que não conhecia: um discurso do Ronald Reagan em frente à porta de Brandenburgo, justo no limite entre Berlin ocidental e oriental.

Era criancinha na época, passou batido. Pra mim, soou ousado. Sei lá. Gostei, independente de qualquer outra coisa.
Foi como ver Che, quinta-feira de cinema lotado no Unibanco. Fiquei pensando se o que nos resta agora é assistir – e só isso…

VER O CHE

me fez ter um sonho lindo.
Estava em Santos, naquela parte mais centrão da cidade, construções antigas, pintadas de cores alegres. Dia de sol agradável.


esse dia em Santos estava agradável somente dentro do aquário

Olhando com mais atenção para o que acontecia nas ruas, deu pra perceber que tínhamos bondes andando. Olha bondes!
Provavelmente Santos teve bondes. Pois então. Eles saíam das garagens e dos depósitos, voltavam à ativa.
Havia vários modelos, uns que mais pareciam trens de carga, mas ok, o transporte era barato, tinha lugar pra todo mundo.

RESOLVI VOLTAR

a pé para São Paulo. Não foi difícil escalar a serra.
Aprendi vendo um filme que precisamos ter três membros firmes na pedra, um braço e as pernas, para poder procurar com outro braço uma pedra mais acima. E foi assim.

As pedras, chegando no planalto, tinham duas cores, um bege clarinho e marrom mais forte, que pareciam pintadas ou um efeito da luz do sol.

Chegando, cometi um erro. Coloquei Guarulhos no sul, no lugar de Diadema.
Fiquei procurando um ônibus intermunicipal, os bondes talvez voltando também a funcionar, mas nada estava mais certo.
Peguei um bonde andando, acho…

FOMOS PARA

Paris: Luís, meu pai e eu. Não sei para quê. Talvez simplesmente para passear. Ficamos na Bastilha, alguns lugarezinhos que eu não conhecia. Sol, andando bastante a pé pra cá e pra lá. Queria ir numa igreja, que eu chamava de Madeleine mas não era a Madeleine.

O apartamento onde ficamos lembrava o de Santa Cecília. Mas era um apartamento do Rogério, que mora em Barcelona. Ele nos emprestou o apartamento, ligou pra gente, queria saber se estava tudo ok. Meu pai me pergunta se aquele apartamento não seria o nosso, o mesmo, de Santa Cecília.

O Luís vai embora dois dias depois, talvez tivesse voltado para São Paulo.

Eu e meu pai também partimos de Paris, mas eu fui direto para Palmas, TO. Lá eu ia dar aula.
Encontrei claro o Sérgio, no corredor da escola-faculdade-não sei o que era, junto com outros professores. Daqui uns minutos o sinal ia tocar, e cada prof se dirigia a uma sala. A minha sala era a 10. A sala ficava naquele corredor, mas eu não encontrava a sala. Sem me preocupar muito do que ia fazer na aula, de quem eram os alunos, eu continuava a conversar, mas também não entendia muito do que as pessoas falavam.

Tinha um mosquito colorido, com cara de criança e boné, que abria uma telinha e começava a mostrar vídeos. Era um mosquito raro, disseram pra não matar o bichinho. Um professor já entrou na sala para onde o bichinho voou. O Sérgio também entrou na sala dele.

Eu procurei minha sala, com muita dificuldade achei. Na porta, para confundir, estava escrito assim:
123y X 18-10 D
Pode ser que os alunos colocaram números e letras na porta da sala, imaginei. Lá dentro, crianças e adolescentes, eu não sabia determinar que idade tinham, uniforme roxo. Estavam ensaiando uma peça de teatro. Não sabia se uma das adolescentes do grupo era realmente a professora substituta ou era um papel da peça.

Enquanto isso, o Luís continuava em Paris.
Ele mudou de visual, deixou um bigodinho, o cabelo ficou meio anos 90, estava usando umas roupas de rapper, jaqueta adidas, corrente no pescoço, essas coisas. Tinha um carrão.

Fui me encontrar com ele, estava com saudade. Me levou com uns amigos no carro dele para passearmos. Chegamos numa quebrada, uns caras nos assaltaram. Fiquei meio sem graça de mostrar que eu não tinha euros, meu celular e meu mp3 são velhos e não devem custar nada na França.