“SERÁ QUE PRECISAMOS DISSO?”

é uma pergunta para se fazer muitas vezes, quando o assunto é “enxoval de bebê” (já escrevi um primeiro post, aqui). Abaixo, uma lista de coisas que não foram tão necessárias quanto parecia — ou que foram úteis durante um curto período de tempo:

(um parêntese para lembrar que essa lista vem da nossa experiência de mãe e pai; o que não nos foi importante pode ser de muita valia para outras famílias; cada uma vai descobrindo suas necessidades, variáveis, particulares…)

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— Carrinho de bebê: um amigo emprestou; nunca usamos, está desmontado e tomando pó.

— Carregador tipo mochila-canguru: mais de uma pessoa ofereceu; não usamos. Há estudos que apontam problemas nesse tipo de carregador. O sling é mais ergônomico e não prejudica o bebê, se usado corretamente. Recomendo o blog http://mamaedoula.blogspot.com — repleto de informação embasada a respeito.

— Banheirinha: compramos e está novinha, sem uso. Francisco tomava banho no balde e, desde os quatro meses, direto no chuveiro.

— Toalha de banho felpuda para bebê: ganhamos várias, mas usamos somente nos primeiros meses. Agora estão pequenas demais para o Francisco; faz um tempo que ele usa as mesmas toalhas que nós.

— Berço: emprestaram um de segunda mão, mas já o devolvemos; dormimos os três na cama.

— Trocador: compramos um modelo dobrável. Foi bem útil, até o Francisco aprender a rolar. Aí tornou-se perigoso. Fazemos a troca de fraldas no chão, apoiado num protetor de plástico.

— Penico: já deram um de presente. Mas estou pressentindo que não será necessário. Há poucas semanas o Francisco faz cocô no vaso sanitário. Será o tema de outro post.

— Cadeiras para bebê, tipo bebê-conforto: só para o carro, visto que é um artigo de segurança. Em casa, nunca. Ou ele ficava no colo, sling, cama, trocador ou no chão — apoiado em cobertas e protegido por almofadas. Não é aconselhável deixar o bebê num bebê-conforto durante muito tempo.

— Bandeja para comer: aquelas cadeiras para comer quase sempre vem com bandejas, sobre as quais se coloca a comida. A gente deixou a bandeja de lado. O Francisco come direto na mesa, junto conosco. Aqui um delicioso texto sobre o aprender a comer (já indiquei no post sobre blw, vale a pena repetir!).

— Mamadeira: não compramos, não ganhamos e não queremos. Assim como chupeta, a mamadeira cria um vínculo que prefiro que o Francisco não construa. O assunto é vasto. Líquidos ele bebe no copo ou garrafinhas.

— Sutiã de amamentação: falei no post anterior; não gostei de nenhum modelo. Os sutiãs normais, com protetor de pano, foram a melhor opção para mim.

— Bolsa de bebê: recebemos uma de presente mas logo nas primeiras semanas passei a usar uma mochila normal, ao sair de casa, levando fraldas e trocas de roupa. Achei mais prático.

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Em suma, para nós, algumas coisas que pareciam essenciais não foram necessárias. Cercados de apetrechos, a distância entre mãe, pai e bebê fica maior. O consumismo nos leva a crer que sempre nos falta algo. O melhor é se questionar: será mesmo?

Assim como nos perguntam “cadê a chupeta?”, já ouvimos “e o berço? e o carrinho?”; já fomos chamados de “cabeça dura”, “estranhos” e por aí vai… Dizer não a essas coisas e enfrentar o julgamento alheio exige força.

E de que precisamos, afinal?

Tempo, silêncio, boa música. Colo, peito, dormir junto. Carinho, beijo, abraço. Olhares e mensagens amigas. Comidas saudáveis, simples e gostosas. Aproveitar em cada pequeno detalhe esse momento irrepetível e que passa voando.

“EU NÃO TINHA PACIÊNCIA COM ESSA HISTÓRIA DE ENXOVAL”

— foi o que eu disse a uma pessoa que me escreveu perguntando sobre o que comprar para seu bebê, que chegará daqui uns meses; o que segue abaixo é a mensagem que escrevi a ela, com algumas alterações.

Não dei muito bola para as compras — preferia ler, descansar, me exercitar… Recebemos roupas seminovas e ganhamos muitos presentes. Mas nos primeiros dias de vida do Francisco me vi sem roupas suficientes! A sogra foi correndo numa loja e me ajudou com uns pijamas.

Os bebês crescem muito nos primeiros meses. Logo, perdem roupa bem rápido. Ao mesmo tempo, precisam de bastante roupa, porque vomitam, o xixi e cocô vazam, suam. Nós lavamos roupa do Francisco todo dia. Compensa; assim o que suja num dia está seco no dia seguinte.

Outro detalhe: o padrão de tamanho varia incrivelmente — assim como paras roupas de adultos. Acontece de o bebê ter 4 meses e vestir tamanho 6-9 meses, porque cresceu mais rapidinho. Depende se x filhote é magrx ou gordinhx. O Francisco é alto e magro, tantas roupas ficam largas nele!

Parece piada mas a realidade é mais ou menos essa:

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(fonte: Memezinho da mamãe)

De toda forma, fiz uma lista do que me parece mais importante:

— O principal item é body; usamos sempre. Até hoje o Francisco suja uns 4 bodies por dia, de comida, xixi ou suor.

(Quatro, aliás, é um bom número para estimar uma média de roupa necessária para um dia. Há dias em que se suja mais, em outros menos.)

— Pijamas-macacões de uma peça só; eu os achava mais práticos nos primeiros três meses, porque era difícil trocar o Francisco, pequeno e molinho. Ele ficava praticemente o dia todo de macacão, até porque dormia muito. Logo, tínhamos vários deles.

— Camisetas, calças, bermudas. Em mais quantidade a partir de 3 meses.

— Casaquinhos: acho bons os que vem com capuz, porque protegem o pescoço e podem servir de gorro.

— Meias e aqueles sapatinhos de lã (até hoje o Francisco não precisou de sapato de verdade, já que ainda não anda).

— Meia-calça: uns dois pares, para os dias mais frios.

— Gorrinho e chapéu de sol; importante proteger sempre a cabeça, com frio ou calor. Dois de cada basta.

— Manta pra dormir, brincar em cima e passear. Não mais do que três.

— Fralda de pano/ pano de boca, para as gorfadas, babadas e pra segurar o leite que sai do seio! Diria que uma dúzia de paninhos dá conta do recado.

— E por falar em leite do peito, uso sempre um protetor no sutiã; mas de pano, não os descartáveis, que grudam no mamilo. Aconselho uns quatro pares, porque no começo vaza muito leite. Não uso sutiã de amamentação; uso sutiã normal e sempre alguma roupa com botões na frente, que eu consiga abrir pra dar de mamar.

Eu poderia fazer uma lista mais detalhada, mas acima de tudo você e seu/sua parceirx vão sentir a necessidade no dia a dia. Importante é garantir o primeiro mês. Ainda assim vai acontecer de você colocar uma roupa super larga (por falta de menor) e perder roupas sem nuncar ter usado — faz parte.

Amo esse texto, concordo com praticamente tudo. E aqui também tem dicas boas. O assunto vai render um outro post meu, em breve!