ESTAVA EM RECIFE

no topo de um prédio alto, fazia muito calor. Sol forte, eu me escondia na sombra da casa de máquinas do elevador. Dois senhores, talvez trabalhassem lá, me explicavam o que eu via lá embaixo. Os trabalhos no porto: grandes contâineres, carregamento de peixe, caminhões chegavam e iam embora. Muito óleo; eu perguntava para onde ele ia – direto para o mar? O que eu achava mais desconfortável: estar no alto ou o que eu via lá no chão?

Mesmo dentro do prédio, as mulheres que trabalhavam num grande apartamento colocavam coisas no parapeito: uma tela que eu pintei, por exemplo. Ela poderia cair, ou envergar – eu achei uma melhor posição ali para a minha pintura.