SABE O PERSONAGEM PRINCIPAL

de Sinédoque, Nova Iorque?
Ele existiu de verdade, mas ele se chamava Jacques Tati, morava na França.
Quando criou sua sinédoque, Playtime, Tati fazia já filmes, já tinha ganhado Oscar de melhor filme por Mon oncle, quando decidiu criar uma cidade inteira, uma nova Paris, desfigurada, povoada por enormes prédios modernistas, envidraçados.

Playtime é o filme que arruinou Tati, que teve fôlego para ainda uns dois filmes depois desse. Tinha visto muito tempo atrás, e admito que não tinha entendido tanto dele. Aquela coisa: anos depois, a gente reconhece mais coisas, vê detalhes – e no caso de Playtime eles são inúmeros. Exigente e rigoroso, Tati criou uma verdadeira cidade em movimento, com pedaços de conversas, personagens mais ou menos anônimos, carros e ônibus…

Incompreendido, perdeu os direitos dos filmes, mas nos últimos anos vem ganhando relançamentos e retrospectivas. Agora em 2009 a Cinemateca francesa organizou uma exposição em sua homenagem. O cartaz gerou polêmica ao substituir o cachimbo de Tati por um catavento… medo dos publicitários de infringir a lei francesa que proíbe propaganda que incite o uso de fumo.

Revi Playtime numa circunstância bem legal: o grupo Uakti criou uma trilha para o filme, e o apresentou ao vivo no sesc Vila Mariana. Talvez o primeiro evento do ano da França a que eu vou.

Em tempo: música de filme do Tati é sempre demais.
A música-tema de Mon oncle é das coisas que eu mais gosto.

Parece fácil pensar no tempo que passa…

SABE AQUELA COISA

só sei que nada sei?
É isso, não tem mais discussão.
Desde pequena, vendo “Vinte mil léguas submarinas”, “A volta ao mundo em oitenta dias” na sessão da tarde na tevê, eu jurava que Jules Verne era inglês. Começando a facu, descobri a nacionalidade dele. Mesmo assim, pra mim ele continua inglês. E até hoje não li nada dele, esse francês tão inglês.

E Musil? Pra mim, outro britânico. Hoje descubro: austríaco, como vários outros que davam a Viena o peso de Viena. Tanto austríaco, gente. Wittgenstein criança na escola junto com Hitler. Schönberg fugido da Europa, nos Estados Unidos, vizinho de Gershiwn, os dois se disputando em partidas de tênis… ai ai.

Nada como a leitura de umas páginas de Wikipédia.

NÃO CONSIGO SER FIEL

a séries, mesmo sendo ótimas, mesmo tendo todos os episódios ao alcance da mão.

Flight of the Conchords foi uma referência perdida que eu recuperei faz um mês. A coisa mais engraçada e modestamente bem feita dos últimos tempos – não só a série, mas as músicas, feitas antes da série, e o documentário dos neozelandeses num festival de música. Esqueci de assistir os episódios a partir do último da primeira temporada. Só a Karen é que me lembra de assistir.
Ainda preciso pensar (ou achar) a explicação para o nome da banda. Tenho uma hipótese, mas preciso conhecer mais sobre aviação.

Tudo o que é sólido pode derreter é um sopro renovador na dramaturgia da tevê cultura. Depois de “O Mundo da Lua” e “Confissões de adolescente”, o que tinha sido feito no gênero, para adolescentes? Não lembro de nada.
Os caras de “tapa na pantera” provaram que sabem fazer mais do que um “sucesso do youtube”, e estão trazendo leituras apaixonantes dos nossos “clássicos da literatura”, e acho que sem cair na reconstituição ou na explicação facilitada para vestibulandos. Mesmo. E engraçado ver um ex-colega das aulas de sintaxe na Letras fazendo o pai da protagonista…

Nada como a postagem de séries da televisão na internet.

MAIS UMA VEZ INDO

pra Argentina, Buenos Aires.
Passamos em frente à Casa Rosada, resolvemos entrar. Lá, nos quatro cantos havia terraços de onde se podia ter uma linda visão da cidade em movimento. Tempo agradável.
No meio da casa, numa sala que parecia um “saguão principal”, havia uma lojinha de jóias e coisas hiper caras. Ficamos olhando de longe.
De repente, eu trabalhava na Casa Rosada. E a cada cinco minutos eu era promovida a chege de diferentes gabinetes.
Voltando ao saguão, seguram a porta para mim Serra e Kassab, que tentam puxar papo comigo.
Aí eu percebi que já era hora de acordar.