é um dos livros que mais me fizeram chorar. Lembro que li na cama, deitada, numa tarde de sol. Talvez fosse sábado. Devia estar no quinto mês de gestação. Emocionei-me além do que esperava.
Isso porque Leboyer — renomado obstetra francês, que mudou a percepção do parto, junto a Michel Odent e outros — não está somente explicando os passos da massagem para bebês que leva o nome de Shantala, moça indiana que ele encontra em Calcutá. O livro fala sobre a passagem dos bebês do meio uterino ao nosso mundo. Fala também da relação que podemos construir com os bebês: toques, abraços, afagos e carinhos conduzem mãe e bebê numa trajetória de mútuo autoconhecimento.
O corpo do bebê, massageado, recebe conforto, tranquilidade e segurança. As mãos que massageiam aprendem a delicadeza e a força de que se constituem os bebês. Ambos dão e ambos recebem.
Como já adiantei em outro post, comecei a fazer massagens no Francisco desde as primeiras semanas. Mas nunca segui os passos da shantala rigorosamente; quando tentava, não funcionava. Interrompia porque o Francisco queria dormir ou mamar. No fim das contas, fazemos uma massagem nossa, seguindo nosso próprio ritmo.
O mais importante para nós foi seguir o princípio daquilo que a shantala transmite: contato pele a pele, reverência pelo bebê…
Leboyer fez um filme com Shantala e seu filho. Pela internet afora, é possível encontrar quem explique os movimentos da massagem. Pessoas oferecem cursos e oficinas também. Ainda assim, nada se compara à leitura da escrita muito rica e poética que Leboyer nos dá.