de Sinédoque, Nova Iorque?
Ele existiu de verdade, mas ele se chamava Jacques Tati, morava na França.
Quando criou sua sinédoque, Playtime, Tati fazia já filmes, já tinha ganhado Oscar de melhor filme por Mon oncle, quando decidiu criar uma cidade inteira, uma nova Paris, desfigurada, povoada por enormes prédios modernistas, envidraçados.
Playtime é o filme que arruinou Tati, que teve fôlego para ainda uns dois filmes depois desse. Tinha visto muito tempo atrás, e admito que não tinha entendido tanto dele. Aquela coisa: anos depois, a gente reconhece mais coisas, vê detalhes – e no caso de Playtime eles são inúmeros. Exigente e rigoroso, Tati criou uma verdadeira cidade em movimento, com pedaços de conversas, personagens mais ou menos anônimos, carros e ônibus…
Incompreendido, perdeu os direitos dos filmes, mas nos últimos anos vem ganhando relançamentos e retrospectivas. Agora em 2009 a Cinemateca francesa organizou uma exposição em sua homenagem. O cartaz gerou polêmica ao substituir o cachimbo de Tati por um catavento… medo dos publicitários de infringir a lei francesa que proíbe propaganda que incite o uso de fumo.
Revi Playtime numa circunstância bem legal: o grupo Uakti criou uma trilha para o filme, e o apresentou ao vivo no sesc Vila Mariana. Talvez o primeiro evento do ano da França a que eu vou.
Em tempo: música de filme do Tati é sempre demais.
A música-tema de Mon oncle é das coisas que eu mais gosto.
Parece fácil pensar no tempo que passa…