de Viajo porque preciso, volto porque te amo, me veio o sonho que eu tive, talvez hoje mesmo, talvez poucos dias atrás. Eu já sabia, hoje de manhã me lembrei, que eu sonhei que era preciso regar as plantas. Eu regava, via a água entrar por meio da terra, os vasos transparentes me mostravam o caminho da água. Também sonhei com um banho de chuveiro que me desagradou. Muita água para me dizer que eu estava com a garganta muito seca, de respirar pela boca. O nariz entupido. Mas isso tudo não foi durante o filme.
Em meio às estradas do nordeste de Viajo…, me veio que eu sonhei com Bye Bye Brasil, que eu não assisti, ou se assisti não lembro.
Vi no filme o que posso estar vendo em outros lugares: um álbum, feito de recortes e vozes perdidas. Destoa quando o tom muda: quando a música não é mais do rádio do carro, quando a narração vira entrevista. E recortes de um diário, como preparação de outra coisa – dos filmes de Karim Aïnouz e de Marcelo Gomes. Preparação que vemos depois dos filmes que se seguiram essa viagem, essa coleta de imagens e visitação de um imaginário.
Na volta para casa fiquei puxando a história do meu sobrenome. E descobri que talvez ele tenha vindo do nada.