— esse é um rascunho de post, de quatro anos atrás, que encontrei há pouco tempo. A foto é de um caderno, daqueles que eu usava como diário, naquele época. Eu desenhava, copiava trechos de livro, traçava planos, contava pequenos causos.
O que escrevi tem tudo a ver com coisas que eu penso desde pequena. Com uns nove anos de idade, comecei a ter agendas e diários. Num deles, de brincadeira, escrevia pequenas mensagens para o futuro. Por exemplo: era fevereiro; eu abria uma página em setembro e escrevia algo curto. Pensava em fazer um teste comigo mesma — será que daqui alguns meses vou me lembrar desse momento aqui presente?
Anos e anos depois, fazendo o mestrado, fui atrás do diário de Helena Morley. Já tinha assistido ao filme, e gostado muito. Num trecho ela fala em “histórias do tempo antigo para o futuro“. Essa expressão me marcou demais. Porque é isso mais ou menos que me dá prazer em criar: pequenas histórias, como garrafas que se lança no mar, para se ler num tempo posterior.
O eu do passado diz muitas coisas ao eu de hoje. Só não sei que carta é essa que não chegou. Pensando bem, talvez ela já tenha chegado, essa carta que eu estava esperando.
pois é! a gente muitas vezes espera alguma resposta, uma carta que deveria chegar e atrasa, né?
Muito bacana! Já me peguei pensando nisso algumas vezes…
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