exatamente, 28 de janeiro de 2009, eu falava de mexer nas coisas guardadas, aproveitar o tempo mais livre de janeiro para rever tudo, organizar, jogar fora.
E hoje também a tarde foi da mesma coisa. Nada mudou? Prefiro pensar que estou jogando mais coisas fora do que antes, ou sabendo guardar.
O que não muda: o fato de que há coisas completamente apagadas, que eu só recupero porque tenho um papel: um tíquete de entrada, um catálogo, um cartão de visitas, um cartão postal, uma anotação em folha de caderno arrancada, um marcador de páginas.
Aproveitei e reli o diário que fiz em 2005 quando fui para a França. Também coisas que tinha esquecido junto com as coisas de sempre: anotações de sonho, desenhos, falar sobre a distância que eu construo ao redor das pessoas, falar sobre escrever.
Esse papel aqui: nenhuma ideia de onde veio, nojento e incompreensível. Isso me lembrou outro papel desconhecido, nojento e incompreensível também, que caiu na minha mochila quando fomos à Curitiba, Karen e eu; se nunca escrevemos sobre essa história, vale um dia escrever.