Verbo em francês, que veio do inglês to drag, no século 17. É primeiro equivalente a dragar, em português: retirar resíduos do rio, de canais, do mar – com um instrumento, rede, embarcação.
O sentido do verbo, seja em inglês, francês ou português, derivou ao longo do tempo. Entre eles há alguma relação, curiosa. No inglês drag, gíria londrina, seria “roupa feminina usada por homem”, as saias longas que se arrastam pelo chão como uma draga; no teatro, os papéis femininos feitos por homens vinham acompanhados da sigla drag para dressed as a girl; dessa mistura de explicações teríamos desde o começo do século 20 drag queen, depois drag king.
Em português draga pode ser uma pessoa que come muito, um carro velho, um revólver.
Em francês, draguer ganhou o sentido de procurar, coletar, buscar, em uso no vocabulário militar. A partir da década de 1960, draguer é procurar aventuras amorosas, paquerar. Para paquera não encontrei muitas informações, só que viria de paqueiro, cão caçador. Já com xaveco, gíria que descobri ser muito local (só em São Paulo?), interessante, voltamos ao vocabulário marítimo: é um tipo de embarcação mourisca; viria do árabe enredar, entrelaçar.