DO MESMO JEITO

que ela uma vez achou num texto meu um pouco de si, eu vi num poema seu tudo o que eu posso dizer sobre o que está acontecendo.

Poema parco

E o que se tornará
Além dessa ânsia de abismo
Dessa certeza de ar
Desse chão que evapora?

Seu efeito
Tenho certeza em abismo
Palavra em desmembramento de significante
O concreto não delineado, chão a evaporar
Mas quero por algum motivo
Essa textura de nuvem, esse movimento
Premeditado, essa conversa muda

vanessa soares de paiva, s/d.

Além disso:

– sonhei que era uma bandida num bairro como o Ipiranga, mistura de centros velhos de cidades diferentes, casas coloridas, gangues. Uma feira de livros, eu via a coleção da Perspectiva – e conseguia ler o que estava nas capas! Tinha ao menos os clássicos, O teatro épico de Anatol Rosenfeld e o Personagem de ficção – leituras do primeiro ano de letras. As capas eram antigas, amareladas, mesmo o laranja tinha muito de amarelo. Um senhor desdentado no meio da rua puxa briga comigo, tira a peixeira, eu tiro uma faca também e começa a luta, interrompida pelo despertador.

– há mais, mas a chuva é muita, mas eu preciso dormir.

Publicado por

anameliacoelho

Conto estórias, crocheto, tricoto, junto fios e tramas.

Um comentário sobre “DO MESMO JEITO”

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s