que ela uma vez achou num texto meu um pouco de si, eu vi num poema seu tudo o que eu posso dizer sobre o que está acontecendo.
Poema parco
E o que se tornará
Além dessa ânsia de abismo
Dessa certeza de ar
Desse chão que evapora?
Seu efeito
Tenho certeza em abismo
Palavra em desmembramento de significante
O concreto não delineado, chão a evaporar
Mas quero por algum motivo
Essa textura de nuvem, esse movimento
Premeditado, essa conversa muda
vanessa soares de paiva, s/d.
Além disso:
– sonhei que era uma bandida num bairro como o Ipiranga, mistura de centros velhos de cidades diferentes, casas coloridas, gangues. Uma feira de livros, eu via a coleção da Perspectiva – e conseguia ler o que estava nas capas! Tinha ao menos os clássicos, O teatro épico de Anatol Rosenfeld e o Personagem de ficção – leituras do primeiro ano de letras. As capas eram antigas, amareladas, mesmo o laranja tinha muito de amarelo. Um senhor desdentado no meio da rua puxa briga comigo, tira a peixeira, eu tiro uma faca também e começa a luta, interrompida pelo despertador.
– há mais, mas a chuva é muita, mas eu preciso dormir.
e quem fica impressionada com isso tudo sou eu.
estar em estado de pouco, muito pouco faz lembrar os versos de “Resíduo”, poema que vc pode ler em http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond39.htm
pouco é o nosso, junto às partes que, dos outros, poucos cada, formam uma massa que talvez seja só a gente mesmo, assim bem simplificado.
um beijo e um sorriso de sol pra vc.