MEU ANIVERSÁRIO

é no mês de julho e quase sempre acontecia durante as férias da escola — ou ao menos no final de semestre. Minha irmã nasceu numa data bem próxima, por isso organizava-se uma festinha para as duas, sempre simples, em casa.

Virou feriado na cidade de São Paulo, quando eu já tinha uns 10 anos. Assim, era um dia livre, sem escola nem trabalho. Comemorava junto com a irmã ou outras amigas que também nasceram em julho.

Uma vez era final da Copa, França e Itália; o bar cheio de gente vendo o jogo no telão. Foi divertido, talvez porque o jogo tirava um pouco da atenção sobre o momento.

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Os anos foram passando e meu aniversário começou a me trazer uma sensação estranha. Uma vez estava voltando de avião pra casa, depois da primeira viagem ao exterior. E em outros anos, calhou de passar o aniversário fora, por conta de alguma viagem — fazendo cursos, que normalmente acontecem em julho, período de férias estivais no hemisfério norte. Aí um ano eu realmente me mandei. Quis me isolar, ter pouca gente ao redor. E repeti o isolamento outras vezes. Ia pra algum outro lugar. Evitava que as atenções se voltassem para mim.

Ano passado estava já com um barrigão. Fiz poucas coisas, comemos fora. Não vi muita gente. Preferi assim.

Muitas vezes associamos aniversário com festa, ver pessoas, comer e beber, agitação, barulho. Acho bem válido, mas não em todos os casos. Aniversário é a marca do nosso nascimento, nossa vinda a este mundo. Recomeça um novo ano. Deve ser especial sim. Mas não necessariamente efusivo.

Pode ser que ano que vem eu mude de ideia e faça uma grande festa. Pode ser que não. Quem sabe?

Publicado por

anameliacoelho

Conto estórias, crocheto, tricoto, junto fios e tramas.

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