não era a única fonte; mas foi mais dela que vieram os novos traços azuis que eu via. Num ponto do passeio pelos limites do arame farpado, a cerca era baixa, um tronco caído facilitou a nossa passagem. Depois de histórias, ossos, circulação sanguínea, formigamento, veias, fraturas, hematomas, posição de dedos, mãos que se encontram, uma ferida me veio, voltando a atravessar a cerca. Estava olhando para o alto enquanto minha coxa direita ficou: quatro cortes seguidos, fundos, cada um com que doeram logo de início, sangraram, pintaram a outra coxa. A dor ainda se movimenta, sob a luz difusa de um sol que se esconde, cheia de calor querendo chuva, nos quatro traços preenchidos de vermelho, emoldurados de rosa. A vontade de que fique uma cicatriz.
difícil comentar algo que emociona, fiquei rendida pela atmosfera algo infantil, no sentido de maravilhamento pelos cortes no corpo, como marca alheia e inusitada a ele, e pela delicadeza de menina, tão feminina nessas coxas róseas…