e meus pais recordaram juntos de uma historinha.
Estávamos no consultório médico, otorrino provavelmente. O médico deixou o estetoscópio na mesa, eu o peguei e aproximei da boca. Ele me perguntou: – O que você quer fazer com isso, mocinha?
Disse: – Quero ver o que eu tenho por dentro, minha goela.
Fui chamada de curiosa.
Lembro disso, e também tinha outra versão, que minha mãe não conseguiu confirmar. Assim: na hora em que o médico pegou o palito de madeira para ver as amídalas, perguntei a ele: – Você quer ver minha goela?
A palavra goela, muito usada em casa, minha mãe corrigiu: – Não é goela, Ana Amelia; é garganta que se fala.
Goela (e gueule, em francês) rendem uma explicação no dicionário, em breve quem sabe.
J’ai gueule de bois