NÃO SALVAR, PERDER

para sempre?

Muitas vezes fico pensando nas coisas feitas no computador que foram perdidas, seja por falta de backup, seja simplesmente por não ter guardado, não ter feito um arquivo – ou, mais grave, porque o arquivo foi salvo, o backup foi feito, mas em disquete, ou num cd que não funciona mais. Isso faz pensar que ao menos no papel é mais fácil guardar e não perder. Que quanto mais avançados os suportes de armazenamento, menos eficazes eles serão, e menos perenes.

O instinto de guardar os trabalhos para a faculdade é mais evidente. O que dizer de páginas da internet, blogs, conversas no icq, participações em fóruns?

Ao menos para as páginas públicas na internet há um recurso de ouro: o Internet Archive Wayback Machine, parte do grande site feito por uma organização sem fins lucrativos que reúne também arquivos de áudio, vídeo e trabalha em parceria com a Biblioteca do Congresso e o projeto Gutenberg.

Às vezes me esqueço da existência dele, e fico lamentando os blogs perdidos. O Luís, simples, me lembrou do Wayback (ele é quem me apresentou?) faz alguns dias. Corri para lá e recuperei duas jóias de 2003.

A primeira: “o porquê do quintal”, blog autobiográfico do Sérgio, que eu lia com encantamento, esse Sérgio que na época era alguém já querido mas que escondia ou se fazia ver por meio de bichos, trechos de livros, letras de música, falas de filmes e histórias sinceras.

As coisas mudam e continuam as mesmas. Na época eu fazia também uma pequena autobiografia, para uma disciplina da faculdade; me ajudou muito ler o que o Sérgio escrevia, embora hoje o que me tinha sobrado não era o conteúdo em si de suas lembranças, mas o ar de infância que é o dele. Isso é coisa para continuar em outro post.

A outra é “cinebase”, projeto paralelo do grande blog sobre rádio, radiobase. O Marcos Lauro tinha me convidado para participar do cinebase escrevendo sobre filmes, coletando notícias. Eu sempre salvei todos os meses meu colher, mas o cinebase deixei de lado, não tinha salvo nada. Foi surpresa que li minhas críticas de filmes ótimos daqueles meses de abril a julho de 2003: Chihiro, Confissões de uma mente perigosa, A festa nunca termina, etc. Eu até assumi um certo ar de “crítica jornalístca”, colocando números, relacionando atores aos seus trabalhos anteriores, etc.

Achei tão legal me confrontar com esse eu-lá-de-anos-atrás que eu vou republicar alguns dos textos, seguidos da imagem que tenho hoje. É uma idéia.

Publicado por

anameliacoelho

Conto estórias, crocheto, tricoto, junto fios e tramas.

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